Onde começou tudo, onde começou o fim, onde acaba a história começada nos silêncios perturbadores e longos, cada vez mais frequentes, apenas interrompidos e intercalados pela trovoada das palavras, raios e coriscos que arremessámos à vez, um contra o outro, em guerra, num papel falso de argumentação, onde a lógica tenta ser lógica, mas que falha, repetidamente, e que nos revela apenas como meras pedras rolantes e errantes rumo ao abismo, a deslizarmos encosta abaixo, do paraíso para o inferno, ao ritmo da nossa própria desgraça.
Quando é que se cristalizou a ideia que afastados seriamos mais fortes e mais felizes, quem rasgou o contrato da felicidade e dos sonhos? A quem comprámos o plano que nos dizia que a salvação estaria lá fora, longe do que sempre fomos e sonhamos ser.
Onde falhámos? (ou o que falhou)
Só presto contas ao velho de barbas que vive no céu e que dali, do cocuruto do espaço rege toda a minha vida, só presto contas a essa figura omnipresente que vive na atmosfera, só ele me pode julgar por toda a merda terrena onde me meto e que faço, só esse velhote barbudo me pode dar a absolvição eterna, lá do alto, bem alto onde só chegam as minhas preces e os aviões de longo curso. Só esse velhadas sem acesso a gilletes, residente no reino dos céus (e na cabeça colectiva de quem acredita) é que topa realmente tudo!
(e o resto são cantigas, certo?)
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