felicidade. verdade. amor. paixão. vodka. tequila silver. tequila gold. shots de absinto. praia. campo. lua. sol. guitarras. canções. sofás. colchões. chuveiros. suspiros. gargalhadas. sorrisos.
E auto-estradas sem fim, estradas nacionais secundárias de alcatrão derretido, percorridas de janela aberta, com o vento quente do Verão a soprar nos nossos pescoços, a fazer esvoaçar roupas e cabelos selvagens, de pele bronzeada de outros dias, intensos, óculos de sol a camuflar o brilho do sol, o brilho dos olhos, a minha mão a passar pela tua perna ao meter mais uma mudança, o motor a embalar esta nossa dança serpenteante por entre montanhas e vales, ou em rectas infinitas de planície, paisagens itinerantes pintadas de cinzento e verde, pintadas de cor de deserto, caqui, de horizontes azuis ou vermelhecidos, de restaurantes e cafés, de quartos de hotel, pousadas e albergues, onde chegamos cedo, onde chegamos tarde, de onde apressadamente fugimos para mergulhos em piscinas a aproveitar os últimos raios de sol do dia, desse dia, beijos ao pôr-do-sol, a repetir no próximo - na inevitabilidade do irrepetível - vivendo e aproveitando o presente, num acumular de sapatos e mochilas empoeirados de tanto andar, de roupa de praia ensopada de água do mar, bolsos cheios de areia da praia, de vestígios do crime de ser feliz, perante uma plateia de espectadores desconhecidos.
Tudo o que ficam são flashes, impulsos eléctricos que com o tempo vão deixando cair o sabor, e se transformam apenas numa imagem desfocada, onde nós estamos ao centro, e a que chamamos memórias, a que chamamos, saudade.
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