A luz vermelha acende-se, primeiro pálida, depois vermelho forte, viva, um pequeno círculo de energia que nos diz que estamos ligados aos 48V. Do outro lado do vidro alguém dá-nos o ok com a simbologia da mão fechada e do polegar para cima. Estamos sempre à prova, para connosco e para com os outros, dependentes do que sentimos, sabemos e somos, mas incrivelmente soltos no que concerne à escolha, o travão de mão é puxado por nós, a prisão é auto-infligida.
Tudo se resume a uma guerra interna de perfeição, fazer bem ou nem sequer fazer, o medo alicerçado na dúvida e na tentativa-erro, para fazer sempre melhor, mas o resultado mais puro diz-se que é sempre o que sai à primeira, sem remendos, directo, nascido da convicção, do momento, da inspiração e não da transpiração. Falhar, repetir, tentar de novo, tentar acertar, tentar ser perfeito, o mais perfeito, mas onde estão as nossas barreiras e como sabemos até onde elevar o limite, definir a nossa fasquia?
Talvez o mais sensato seja nem sequer definir limites, pois são eles que no fim, salvo seja, nos limitam.
É viver com o que se tem, fazendo disso uma alavanca e não uma forca.
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