Quantas vezes já vimos por detrás de um sorriso amigo o reflexo afiado de uma faca apontada bem ao centro das nossas costas ? Mais tarde ou mais cedo todos nós compreendemos e chegamos á conclusão que os amigos são como as putas de rua, ou para ser mais modesto, como as acompanhantes finas do Leste, pois existe sempre uma razão, um motivo, um interesse por detrás do sentimento, nem que seja o facto de não quererem estar sozinhos no Mundo... Mas como tudo na vida, todas as regras têm excepção, e esta apesar de nem ser regra (por enquanto), também as tem. Um bom exercício é pegarmos na nossa lista telefónica, nos nossos endereços de E-mail, no nosso grupo de amigos de rua, de escola, de trabalho, de copos, de infância, enfim, todos os que possamos arranjar, e depois de todos bem juntinhos, é só peneirar, e observar que no fim de uma gigantesca lista de amigões apenas sobram 2 ou 3 grãozitos de verdadeira amizade... se muito. Quase sempre, esses, os verdadeiros amigos, são aqueles de quem mais temos saudades, aqueles de quem perdemos o rasto numa determinada altura da vida ou aqueles que nós não vemos tão frequentemente como gostaríamos. Sinceramente, dou mais valor a um inimigo que me diga na cara que me odeia do que a um falso amigo que me abraça e diz aquilo que eu quero ouvir, e que lentamente me crava um punhal nas costas, afinal quem será mais perigoso ? Aquele que sei que me pode fazer mal ou a doninha que nos oferece um abraço fraterno, para depois nos morder à traição ?
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