Eu fui um mau rapazinho, fumei um charro da tua droga e bebi um copo de vinho da adega do teu pai, sujei o teu sofá de vómito malcheiroso, transformei a tua casa num santuário de maus odores. Eu fui um mau rapazola, dei um pum a porta do meu vizinho, desejei a namorada do meu melhor amigo, não limpei os pés ao entrar no teu pópó. Eu fui um mau rapazote, dei um chuto e usei o teu garrote, roubei um kinder no hiper do Belmiro, e ao cão do meu irmão dei um tiro, não para matar mas para sofrer. Eu fui um mau rapaz, mas aqueles que eram bons e que confiavam em mim é que se foderam... ou não?!?
Odeio pessoas fúteis, idiotas, convencidas, que pensam que toda a diarreia armazenada no seu crânio se pode traduzir em verdade ou lei para todos os que a rodeiam. Não gosto de fracos, fazem-me sentir pena, desgosto, angústia pela sua condição de desalento e piedade. Odeio os que cospem no prato onde comem, os que não são humildes e que durante toda a sua vida são massacrados pelos fantasmas de uma vida vazia. Odeio os fracos de espírito, os "Maria vai com as outras", os sem opinião, pois eles pedincham um pouco de vida, pedem que os deixem viver, subservientes de todos, subjugados, peões. Admiro um bom rebelde, um bon vivant, uma pessoa sem meias medidas nem paninhos quentes. Admiro um bom conversador, que conta historias, algumas mentiras, mas que não se gaba delas e que vive para um objectivo leal. Admiro as pessoas de bem com a vida, com uma voz critica mas coerente, com ideias próprias, alternativas mas com um sentimento democrático e de respeito pelos outros, sabendo bem onde acabam as fronteiras do admissível. Admiro a sinceridade das coisas, da natureza e das pessoas... mas também sei odiar...
Quem és tu fantasma? Quem és tu que me atormentas os sentidos, que me provoca calafrios, gemidos, que me faz sentir dor ao respirar? Quem és tu, demónio? Enviado do além, enviado do inferno bem eu sei, a tua ira cai sobre mim, e a tua voz, ecoa na minha mente, altera-me o pensamento, dá-me vontade de negro invés de luz, dá-me medo as ideias que produz a dor desse teu lamento. Fantasma quem és tu?
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