Sexta-feira, 10 de Abril de 2009
Da tristeza se faz palavra
Quando a dor trespassa o peito
Quando sinto que a vida trava
Pára e arranca no meio
Na estrada das horas perdidas
São rectas de sonhos desfeitos
E curvas falsas, fingidas
De ócio, mentiras, receios
Por entre promessas quebradas
De caras que queremos esquecidas
De pessoas que entram e cravam
Punhais em costas já feridas
Da tristeza se faz a vida
Por entre sorrisos abertos
De copos meio-vazios
Manhãs em que não desperto
De dor se enche o abismo
De um corpo não encarquilhado
Um homem que quer ser proscrito
Um corpo semi-enterrado
De tristeza se alimenta a alma
Quando de dor nos alimentamos
Quando transportamos no peito a faca
A faca que em nós próprios espetamos
De joana a 11 de Abril de 2009 às 17:04
A dor, como todos os males do mundo, é passageira. Já dizia o velho ditado: "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe". "Take it easy"!! "That's what friends are for".
;)
De Anónimo a 14 de Abril de 2009 às 19:31
Identifico-me por completo com este poema.
De
Lótus a 24 de Abril de 2009 às 19:05
Já dei por mim a escrever sentimentos iguais .. com outras palavras, é certo .. o caminho já traçado que nos limita e asfixia .. sim! Já escrevi sobre isto .. e sinto o que sentes .. mas é inegável que não temos saída .. estamos acorrentados, aos trilhos traçados .. aos trilhos da vida ... traição, amor, ódio .. enfim .. é a vida ..
De AUFDERMAUR a 25 de Junho de 2009 às 05:35
Já passa das 05 da madrugada. Devia estar a dormir mas algo me impede de o fazer... E eu queria tanto dormir, afastar-me destas ideias que tanto me perseguem ultimamente e que ontem eu pensei terem terminado definitivamente. O ser humano tem por vezes a ousadia de se crer Deus, de achar "Se eu consigo controlar a minha mente também consigo controlar o meu coração". Parti para o dia de ontem cheia de certezas absolutas de que ia mudar a minha vida, que ia seguir o caminho que escolhi para mim e eliminar tudo e todos que me pudessem fazer desviar de percurso. Mas bastou conhecer uma bruxa que, vá-se lá saber porquê, gostou de mim e não me largava para voltarem todas as dúvidas... E aquela cara que não só devia estar esquecida como nunca devia sequer ter sido lembrada... E foi-o porquê? Qual foi o exacto momento em que uma cara insignificante e igual a tantas outras ganhou importância tal que até em sonhos me assombra... Uma cara tão improvável e sem sentido que mais parece uma ironia do destino para nos provar que, contrariamente ao que gostamos de pensar, andamos perdidos neste mundo. O que só reforça a minha convicção de que, uma vez encontrado um porto seguro, há que lutar contra todos os ventos e marés para não nos afastarmos desse tesouro nem por um só segundo. Porque basta apenas um segundo, aquele segundo fatal, para vir uma correnteza mais forte e nos atirar de novo à turbulência do mar revolto. Todo o cuidado é pouco, especialmente quando nos surgem correntezas enganadoras que à primeira vista parecem inocentes e amigas, capazes apenas de nos fazer umas ligeiras cócegas mas que se revelam das mais perigosas... As piores são as que se disfarçam com olhos cor de mel e sorrisos de algodão doce... essas são piores do que as sereias e, quando nos apercebemos, já nos roubaram o coração... E a tristeza surge e, por mais que tentemos esquecer, há sempre blogs destes para reavivar...
De
Mr Anger a 26 de Junho de 2009 às 08:48
Cara Mel,
Sábias e doces palavras...
"...o que só reforça a minha convicção de que, uma vez encontrado um porto seguro, há que lutar contra todos os ventos e marés para não nos afastarmos desse tesouro nem por um só segundo..."
Obrigado ;)
Mr Anger
Ao tempo que não lia nada teu.... mas hoje decidi passar por cá...e como gosto de procurar dei com este belíssimo trabalho! Gosto de lhe chamar trabalho...não sei...está novamente simples... acho que aí está a tua marca, mas tal como no outro realista e perfeito!
Falas da vida de muita gente, isto é existe muitas pessoas que vivem diariamente o retrato em pessoa do teu trabalho. Sei que é deprimente, fustigante..mas se não tivesse, a vida, estes momentos como iríamos dar valor ao bom que ela nos oferece??
Ah sim eu vou consumindo.....
Tenho de provar o teu trabalho aos poucos...para pensar...
Ah...esqueci-me de referir...que trato todos por tu, mas se vires que não é adequado, eu corrijo!
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